quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ADORAÇÃO IV



PROPÓSITO E MOTIVAÇÃO

PROPÓSITO e MOTIVAÇÃO são dois princípios que devem ser estudados juntos, pois um está ligado ao outro.
Nos dias atuais temos visto uma verdadeira avalanche de práticas místicas nas igrejas evangélicas, trazendo desordem e confusão e até gerando um ambiente de idolatria e paganismo.
“A intimidade do Senhor é para os que o temem” (Salmos 25.14).
Os sacerdotes e levitas tinham um objetivo definido: BENDIZER E LOUVAR AO SENHOR. Esse deve ser o nosso objetivo.
“Em ti me tenho apoiado desde o meu nascimento; do ventre materno tu me tiraste, tu és motivo para os meus louvores constantemente” (Salmos 71.6).
A nossa conduta na adoração não deve ser baseada em rituais, mas deve ser um serviço voluntário, sem interesse, espontâneo (grego: “Leitourgeo”).

Características de uma falsa adoração:
1. Fazer o que é certo de maneira errada (Isaías 29.13).
2. Fazer da adoração apenas um entretenimento (Ezequiel 33.31,32).
3. Auto-promoção ao invés de serviço (Amós 5.21-23; 6.1-14).
4. Quando Cristo não é o centro do culto, o homem ocupa esse lugar (Apocalipse 3.14-22).

Qual era a motivação dos sacerdotes e levitas?
A principal motivação deles era a bondade e a misericórdia de Deus. “E quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem”. (II Crônicas 5.13).

A expressão “Misericórdia” descreve o âmago da natureza de Deus. Quando a nossa motivação na adoração é a Pessoa de Deus, e não somente os seus feitos, experimentamos um clima de júbilo. “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas jóias” (Isaías 61.10).
O Salmo 98 apresenta um estilo de louvor com dois ingredientes básicos:
* Gratidão (1 – 4).
* Criatividade (5 – 9).

Outras referências sobre a celebração (Deuteronômio 16.11; Salmos 5.11; 32.11; 42.4; 89.15; 118.15).

ADORAÇÃO III




A ADORAÇÃO COMO UM ESTILO DE VIDA

A terceira característica é a SANTIFICAÇÃO.
Um estilo de vida que agrada a Deus é aquele que expressa louvor e gratidão. Podemos ver claramente que os levitas estavam vestidos de linho fino, ou seja, eles estavam trajados apropriadamente para aquele momento. A Bíblia diz que o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos (Apocalipse 19.8).
O estilo de vida de um verdadeiro adorador deve refletir seu caráter. Poder sem caráter é uma arma perigosa. Para muitos, a adoração é mais um item na lista de tarefas a se cumprir.
I Crônicas 5.11 diz: “Todos os sacerdotes se santificaram…”, ou seja, não havia brechas, legalidades. A falta de estilo de estilo de vida e santificação afeta a adoração.
Estilo de vida tem haver com escolhas. É uma questão de prioridade: Deus em primeiro lugar. Profanamos o nome e a santidade de Deus, quando deixamos de fazer a Sua vontade (Salmos 89.31).
Para o exercício do ministério são necessárias três coisas (Números 16.5):

1. POSIÇÃO – Ser separado para Deus.
2. CONDIÇÃO – Ser santo.
3. FUNÇÃO – Aproximar-se de Deus.

Deus mostra a sua santidade àqueles que se aproximam D’ele. “E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou” (Lv. 10.3).
O grande desafio da adoração: escolher aquilo que venha proporcionar deleite ao coração de Deus (Isaías 65.11, 12). Somente os que praticam a verdade são o deleite de Deus. (Provérbios 12.22). A Bíblia é clara ao dizer que aos retos convém o louvor (Salmos 33.1).
O mundanismo esfria a nossa afeição por Jesus. “A mim me veio a palavra do SENHOR, dizendo: Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém: Assim diz o SENHOR: Lembro-me de ti, da tua afeição quando eras jovem, e do teu amor quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra em que se não semeia” (Jeremias 2.1,2).
Adorar é mais que cantar. É um estilo de vida.

ADORAÇÃO II



PRECISAMOS SER MINISTROS DO SOM DO CÉU.

A segunda característica é a IDENTIDADE MUSICAL.
Precisamos estar em sintonia com a freqüência do som do céu (Atos 2.1,2). A música de Deus precisa ser a nossa música (Êxodo 19.16; Apocalipse 4.5). Não é a nota musical, ritmo ou estilo que determina se uma música é sacra ou profana. É a nossa intimidade com Deus que vai determinar o tom espiritual da adoração.
É preciso ter unção, mas também um SOM!
A.W. Tozer disse: “Nunca ouça um homem que não ouve a Deus”.
Lutero disse: “A música é a arte dos profetas, é a única arte além da teologia, que tem poder de acalmar as agitações da alma e afugentar o demônio”.
Existem muitas pessoas talentosas na igreja, mas algumas delas não são instruídas no canto do Senhor (I Crônicas 25.7).

Aptidão musical + Aptidão ministerial = MINISTÉRIO EFICAZ.

É necessário um constante aprimoramento.
“O número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto do SENHOR, todos eles mestres, era de duzentos e oitenta e oito” (I Crônicas 25.5).
Não basta gostar ou saber de música, é necessário vivê-la, buscando ter uma relação de seriedade com a função. “Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo” (Salmos 33.3).
É preciso capacitação integral para o ministério de música. “Quenanias, chefe dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o canto, porque era perito nisso” (I Crônicas 15.22).
Através da música tocamos o ser humano integralmente:
  • MELODIA – ALMA
  • HARMONIA – ESPÍRITO
  • RITMO – CORPO
“Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido” (I Coríntios 14.10).
A origem do som do céu é Deus. Aristóteles já dizia: “A música é a mais moral de todas as artes”. Entretanto, ela pode ser a mais perigosa. Quando o ministro de louvor não está conectado em Deus, sua música pode ser uma influência negativa para quem a ouve.
Para ser um ministro do som do céu é preciso ter intimidade com o altar. “Filhos meus, não sejais negligentes, pois o SENHOR vos escolheu para estardes diante dele para o servirdes, para serdes seus ministros e queimardes incenso” (II Crônicas 29.11).
Bach, quando indagado sobre a sua forma tão divina de tocar, respondeu: “Eu toco as notas como elas estão escritas. É Deus quem faz a música”.
A música leva o homem a entrar em contato com uma dimensão mais elevada. Ela toca as nossas emoções e vai para o nosso espírito. As vibrações se comunicam com o nosso sistema nervoso, provocando reações em nossos órgãos.

ADORAÇÃO I



Estamos vivendo um tempo de manifestação intensa do Espírito Santo na vida da Igreja, através do louvor e da adoração. A compreensão do que é culto a Deus foi ampliada, e aquele modelo baseado em rituais e tradições deu lugar a uma adoração mais espontânea, na qual o elemento carismático é evidente. Entretanto, temos observado que há uma crise de identidade em meio à igreja brasileira, na área do louvor e da adoração.
O termo “Adoração” tem sido usado por muitos, como mais um elemento da ambição do mercado fonográfico.
Em meio a tantos modismos, ficamos perplexos ao ver igrejas locais sem uma identidade, sem um perfil definido no ministério de louvor; seguindo as tendências de mercado, sem critérios.
O que fazer? Como identificar o que é verdadeiro? Como separar o precioso do vil? Como ter um ambiente de adoração equilibrado, sem perder a unção?
Muitos ministros de louvor têm sido engodados pelos modismos que sutilmente têm desviado a atenção de muitos da verdadeira adoração. A verdadeira adoração tem perdido espaço para o show, a pregação tem sido substituída por outras práticas, a congregação não passa de uma platéia motivada por um espetáculo, promovido por um ministro “popstar”.
Há um apelo mais à transpiração do que a inspiração nos dias atuais.
Esse é um momento oportuno para faremos uma reflexão séria sobre os nossos conceitos de louvor e adoração. Para isto, precisamos buscar nas escrituras qual é o padrão de Deus.
Em II Crônicas 5.1-14, encontramos algumas características da dinâmica do ministério de louvor no templo de Salomão, que podem ser praticadas nos dias de hoje:

AS DIFERENÇAS UNIDAS PRODUZEM FORÇA.

A primeira característica é a UNIDADE.
Se observarmos todo o contexto, podemos ver que a palavra de ordem era “unidade”.
“Quando saíram os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que estavam presentes, se santificaram, sem respeitarem os seus turnos)”. “… e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas”. (II Crônicas 5.11,12).

A unidade gera concordância na adoração.
“Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 15.5,6).
A adoração deve ser uma verdadeira sinfonia (grego: “symphoneo”), ou seja, deve haver concordância.
Um dos fatores de crescimento da igreja primitiva era: “todos os que criam estavam juntos” (Atos 2.44).
O que determina a qualidade de um ministério de música, não é apenas o entrosamento técnico de seus componentes, mas o nível de relacionamento de cada com Deus e entre eles.
“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (I Coríntios 1.10).
“Engrandecei o SENHOR comigo, e todos, a uma, lhe exaltemos o nome” (Salmos 34.3).
A palavra que mais se destaca em II Crônicas 5.1-14 é “TODOS”.
Todos os sacerdotes de santificaram.
Todos se comprometeram.
Todos os levitas estavam trajados adequadamente.
Todos tocavam e cantavam.
Todos tinham uma mesma motivação e objetivo.